Como o coronavírus impacta o EAD e a plataforma de aprendizagem: entrevista com diretor da D2L no Brasil
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Veja como o Coronavírus impacta a educação a distância e a plataforma de aprendizagem com uma entrevista com o Peterson Theodorovicz, diretor da D2L.
O mundo da educação tem presenciado significativas disrupções na forma de ensino nos últimos anos. No entanto, a pandemia da Covid-19 acelerou a necessidade de rápida adaptação para o online, com a adoção de tecnologias que viabilizam o EAD, como a plataforma de aprendizagem.
A transformação digital no ensino já caminhava em passos significativos no país. Para se ter uma ideia, dados da Abed (Associação Brasileira de Ensino a Distância) nos revelam que em 2016 a região sudeste concentrava 37% das instituições que forneciam o curso EAD, em 2017 e 2018 esse número subiu para 42% e 43%, respectivamente.
Nesse sentido, mediante à necessidade de isolamento social e o período de quarentena como forma de reduzir a proliferação do vírus e achatar a temida curva de contágio, milhares de instituições de ensino tiveram que fechar as portas momentaneamente e pausar as aulas presenciais.
Por sua vez, a situação afetou diretamente um pouco mais de 1 bilhão de alunos, cerca de 87% de todos os estudantes matriculados, de acordo com a Unesco.
Ainda conforme esse levantamento, o Brasil registrou em torno de 52 milhões de alunos impactados. Diante desse cenário, o MEC (Ministério da Educação) implementou algumas medidas para minimizar os efeitos da crise no ensino por meio da autorização da aprendizagem online para todos os cursos superiores, exceto medicina e estágios.
Entretanto, apesar dessas estratégias, estudantes e orientadores se deparam com uma dificuldade em comum: a falta de recursos e planejamentos para conseguirem se adaptar totalmente para o universo online.
Afinal, quais os impactos que o Coronavírus desencadeou na educação a distância, quais as melhores maneiras de executar as aulas onlines e como trazer um ambiente de ensino interativo, dinâmico e efetivo para os alunos por meio de uma plataforma de aprendizagem?
Você pode se interessar: Como será a experiência de aprendizagem dos alunos no ensino superior pós-crise e pandemia?
Para te ajudar a responder esses questionamentos, conversamos com o Peterson Theodorovicz, diretor da D2L no Brasil. Confira abaixo a entrevista na íntegra:
Quais são as ações emergenciais que instituições podem tomar para dar continuidade ao ensino?
Indicamos um conjunto de dicas práticas para que as instituições possam aplicar agora. Veja abaixo:
1. Refazer o seu planejamento escolar prevendo dois tipos de atividades:
-
- Aulas presenciais mediadas por tecnologia com seus docentes utilizando a estrutura disponível em suas casas e
- Aulas e atividades em conteúdos assíncronos [com intervalos regulares] que integralizem até 160h (20%) na educação básica e 320h (40%) na educação superior.
2. Definir os conteúdos, realizando uma breve e cuidadosa curadoria com relação aos materiais disponíveis, que podem ser aplicados de maneira mais eficiente nas modalidades escolhidas;
3. Desenhar uma trilha formativa para cada etapa, ciclo, ano de ensino considerando no período de isolamento a trilha de “presencial” (mediado por tecnologia) e trilha EaD – atividades e mídias, por exemplo:
2a | 3a | 4a | 5a | 6a | |
Presencial Mediado por Tecnologia | Conteúdo 1 | Conteúdo 2 | Conteúdo 3 | Conteúdo 4 | Conteúdo 5 |
EaD | Conteúdo 15 | Conteúdo 16 | Conteúdo 17 | Conteúdo 18 | Conteúdo 19 |
Tempo de Atividade | 2h | 2h | 2h | 2h | 2h |
1h | 1h | 1h | 1h | 1h | |
Em 1 mês com 5 semanas temos | 50h | Presenciais | 50 | ||
25h | Na correlação ABED 1h EaD = 3h Presenciais | 75 | |||
Total de horas realizadas neste mês (125h em 800h = 16% do ano ) | 125 |
4. Identificar parcerias de conteúdos para os temas selecionados;
5. Identificar parceria de ambiente de aprendizagem aderente ao modelo de conteúdo, trilha formativa e atividades;
6. Aplicar o conteúdo na plataforma de aprendizagem, cadastrar alunos e professores;
7. Criar manuais de apoio docente e capacitar professores na aplicação;
8. Comunicar aos pais e aos alunos a data de início e começar a atuar em uma educação com composição de ações e metodologias;
9. Criar estratégia de comunicação online: chatbot, níveis de interação (dúvidas de aluno, dúvidas de pais, assuntos relacionados a documentos ou financeiro e rede de apoio às atividades durante a fase de isolamento social), criar página com perguntas frequentes, selecionar time no frontline [linha de frente] da comunicação, deixando claros horários de atendimento e tempo de resposta.
Leia também: Conheça 3 cases de sucesso de IES com a nossa plataforma de aprendizagem Brightspace
Você vê um crescimento no aprendizado híbrido nas instituições de ensino brasileiras após a crise do Coronavírus?
Já era um crescimento anterior à Covid-19, a necessidade de expandir as fronteiras da sala de aula tradicional, a conveniência do uso da tecnologia no tempo e espaço mais apropriado ao aluno para explorar mais do seu conhecimento e também as últimas iniciativas do Ministério da Educação no sentido do uso do meio online para o aprendizado só potencializou esse caminho.
Afinal de contas, não existe outra alternativa, as instituições que não se valerem dessa proposta durante o isolamento vão deixar de existir. As que sobreviverem é porque se acertaram na sua forma de oferta e passarão assim atuar com aulas presenciais (parcialmente), mediadas por tecnologia (parcialmente) e EaD (parcialmente).
Assim, de acordo com as últimas diretrizes, se caracteriza a educação híbrida que já está regulada para todos os níveis de aprendizagem:
- LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional] – todo curso é considerado presencial com 80% de presencialidade em cada nível e etapa de ensino;
- Ensino Médio e profissional diurno – 20% EAD;
- Ensino Médio noturno – 30% EAD;
- Ensino Superior presencial – 40% EAD;
- Ensino Superior EAD (até Mestrado e Doutorado) – 100% EAD;
O Coronavírus pode impulsionar o uso de metodologias ativas no ensino a distância?
O Ensino Presencial Mediado por Tecnologia e EAD se aplicam a partir da sala de aula invertida, do aprendizado entre pares (peer to peer), baseado na solução de problemas (motivar em achar a solução), com trabalhos em grupos (em chats, fóruns, salas de discussão) e atividades individuais com pesquisa e levantamento de informações.
A oportunidade de a educação fazer sentido, atendendo ao novo perfil do aluno, está no uso de tecnologias, baseado em metodologias ativas. O Coronavírus veio para agitar mantenedores que movimentarão coordenadores e docentes!
Veja também: Como funciona a educação baseada em competências com a plataforma Brightspace?
À medida que mais universidades realizam projetos de transformação digital, migrando para ensino online e adotando um AVA, você acha que veremos uma consolidação no mercado de edtech ou haverá oportunidades para novas tecnologias / empresas?
Existem dois pontos diferentes aqui: o primeiro é o AVA da instituição e o segundo as novas tecnologias em suporte ao aprendizado.
Falando sobre AVAs, uma vez que a interação do aluno se dará de maneira única online, principalmente pensando no momento atual, em que o efetivo de atendimento das instituições foi reduzido, de maneira geral, por falta de infraestrutura técnica remota.
O ambiente virtual de aprendizado é o meio de viabilização do ensino, da relação estudante – professor e da aquisição de conhecimento.
Essa tecnologia-meio não é passível de se abrir mão, pois também é seu papel fornecer dados fundamentais de acompanhamento do desenvolvimento do aluno, relatórios que comprovam o caminho percorrido, o tempo dispensado, suas notas, pontuações, assiduidade, entre outros fatores.
Quando falamos de Tecnologia Educacional, para além do AVA, possuímos diversas probabilidades de recursos, ferramentas e aplicações que, aliadas ao AVA, geram ainda mais possibilidades no desenvolvimento do aprendizado.
As tendências de sofisticar ferramentas de apoio por meio de conteúdos dinâmicos, com perspectiva de levar o estudante/aprendiz à reflexão, co-criação online, construção de lógica de games e programação para formações multidisciplinares, são algumas das possibilidades do momento pós-pandemia.
Existe alguma tecnologia emergente que terá maior impacto no ensino superior no futuro?
Na educação de adultos, alguns estudos apontam o microlearning, ou seja, a otimização do aprendizado em doses reduzidas é a bola da vez. Cada vez mais, a utilização de cards com conteúdos favorece a metodologia de tomada de decisão.
Para a educação superior, conteúdos muito textuais perdem cada vez mais força e dão espaço para mais vídeos, games e dinamismo, aproximando a linguagem, o formato e o estudante. Ferramentas que proporcionem a humanização das relações online (encontros online, webinars, palestras, lives) também têm importância para os próximos anos.
Veja também: A D2L está comprometida em garantir a continuidade do aprendizado nesse período desafiador
Conheça a plataforma de aprendizagem Brightspace
A plataforma de aprendizagem Brightspace da D2L consiste em um sistema de ensino que viabiliza a criação de cursos e a disponibilização do EAD.
Na prática, essa ferramenta permite a combinação de diferentes metodologias e trilhas de aprendizagem, além de gamificação e outras estratégias eficientes.
Em um momento tão incerto para o universo educacional, a D2L deseja fazer a sua parte, lutando lado a lado das instituições de ensino com o objetivo de promover um processo de aprendizagem dinâmico, tecnológico e efetivo.
Além disso, como resposta à Covid-19 e para apoiar a rápida transformação digital nas IES, criamos o Pacote Care da plataforma de aprendizagem Brightspace.
Contando com toda a inovação necessária para implementação do ensino online, o Pacote Care atende às precisões das instituições por meio de uma instalação rápida e ágil, suporte básico, salas de aula virtuais e recursos como observação em vídeo.
Estamos atentos a todas as disrupções do setor e queremos auxiliar a viabilização educacional das instituições por meio de uma transição simples para o online. Deseja saber mais? Entre em contato agora mesmo e conte com o nosso suporte.
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